BREVE HISTÓRICO DA CIDADE
Vitória da Conquista é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população, conforme o IBGE, em 1 de Julho de 2009, era de 318.901 habitantes, o que a torna a terceira maior cidade do estado e também do interior do Nordeste (excetuando-se as regiões metropolitanas).Possui um dos PIBs que mais crescem no interior desta região. Capital regional de uma área que abrange aproximadamente oitenta municípios na Bahia, além de dezesseis cidades do norte de Minas Gerais. Tem a altitude, nas escadarias da Igreja Matriz, de 923 metros podendo atingir mais de 1.000 metros nos bairros mais altos. Possui uma área de 3.743 km².
O Arraial da Conquista foi fundado em 1783 pelo sertanista português João Gonçalves da Costa, nascido em Chaves em 1720, no Alto Tâmega, na região de Trás-os-Montes e com dezesseis anos de idade, foi para o Brasil ao serviço de D. José I, Rei de Portugal, com a missão de conquistar as terras ao oeste da costa da Bahia.
Anteriormente já havia lutado ao lado do Mestre-de-Campo João da Silva Guimarães, líder da Bandeira responsável pela ocupação territorial do Sertão, iniciada em 1752. A origem do núcleo populacional está relacionada à busca de ouro, à introdução da atividade pecuária e ao próprio interesse da metrópole portuguesa em criar um aglomerado urbano entre a região litorânea e o interior do Sertão. Portanto, integra-se à expansão do ciclo de colonização dos fins do século XVIII.
Através da Lei Provincial N.º 124, de 19 de maio de 1840, o Arraial da Conquista foi elevado à Vila e Freguesia, passando a se denominar Imperial Vila da Vitória, com território desmembrado do município de Caetité, verificando-se sua instalação em 9 de Novembro do mesmo ano. Em ato de 1º de Julho de 1891, a Imperial Vila da Vitória, passou à categoria de cidade, recebendo, simplesmente, o nome de Conquista. Finalmente, em dezembro de 1943, através da Lei Estadual N.º 141, o nome do Município é modificando para Vitória da Conquista.
Juridicamente, o Município de Vitória da Conquista esteve ligado a Minas do Rio Pardo, depois, em 1842, ficou sob a jurisdição da Comarca de Nazaré. Por Decreto N.º 1,392, de 26 de Abril de 1854, passou a termo anexo à Comarca de Maracás e, posteriormente, à Comarca de Santo Antônio da Barra (atual Condeúba), até 1882, quando se transformou em Comarca.
Até a década de 1940, a base econômica do município se fundava na pecuária extensiva. A partir dai, a estrutura econômica e social entraria em um novo estágio, com o comércio ocupando um lugar de grande destaque na economia local. Em função de sua privilegiada localização geográfica, com a abertura da estrada Rio-Bahia (atual BR-116) e da estrada Ilhéus-Lapa, o município pode integrar-se às outras regiões do estado e ao restante do país; e logo passou a polarizar quase uma centena de municípios do centro-sul da Bahia e norte de Minas.
O território onde hoje está localizado o Município de Vitória da Conquista foi habitado pelos povos indígenas Mongoiós, subgrupo Camacãs, Ymborés (ou Aimorés Aimorés e em menor escala os Pataxós. Os aldeamentos se espalhavam por uma extensa faixa, conhecida como Sertão da Ressaca, que vai das margens do alto Rio Pardo até o médio Rio das Contas.
Os índios mongoiós (ou Kamakan), aimorés e pataxós pertenciam ao mesmo tronco: Macro-Jê. Cada um deles tinha sua língua e seus ritos religiosos. Os mongoiós costumavam fixar-se numa determinada área, enquanto os outros dois povos circulavam mais ao longo do ano.
Os aimorés, também conhecidos como Botocudos, tinham pele morena e o hábito de usarem um botoque de madeira nas orelhas e lábios - daí o nome Botocudo. Gostavam de pintar o corpo com extratos de urucum e jenipapo. Eram guerreiros temidos, viviam da caça e da pesca e dividiam o trabalho de acordo com o gênero, cabendo às mulheres o cuidado com os alimentos. Os homens ficavam responsáveis pela caça, pesca e a fabricação dos utensílios a serem utilizados nas guerras.
Já os pataxós não apresentavam grande porte físico. Fala-se de suas caras largas e feições grosseiras. Não pintavam os corpos. A caça era uma de suas principais atividades. Também praticavam a agricultura. Há pouca informação a respeito dos Pataxós.
Os relatos afirmam que os Mongoiós ou Kamakan era donos de uma beleza física e uma elegância nos gestos que os distinguiam dos demais. Tinham o hábito de depilar o corpo e de usar ornamentos feitos de penas, como os cocares. Praticavam o artesanato, a caça e a agricultura. O trabalho também era divido de acordo com os gêneros. As mulheres mongoiós eram tecelãs. A arte, com caráter utilitário, tinha importância para esse povo. Eles faziam cerâmicas, bolsas e sacos de fibras de palmeira que se destacavam pela qualidade. Os mongoiós eram festivos, tinham grande respeito pelos mais velhos e pelos mortos.
Aimorés, Pataxós e Mongoiós travaram várias lutas entre si pela ocupação do território. O sentido dessas lutas, porém, não estava ligado à questão da propriedade da terra, mas à sobrevivência, já que a área dominada era garantia de alimento para a comunidade.
Índios e Colonizadores
A ocupação do Sertão da Ressaca foi realizada com a conquista dos povos indígenas.
Índios Pataxós
Primeiro, João Gonçalves da Costa enfrentou o povo Ymboré. Valentes, resistiram à ocupação do território. Por causa da fama de selvagens, foram escravizados pelos colonizadores. Os Mongoyó tinham primitivamente naqueles índios os seus principais inimigos por serem eles ferozes e cruéis e por impedir a circulação na região quando saiam em busca de caça. Por isto, se aliaram aos portugueses para derrotá-los.
Depois dos Ymboré, foi a vez dos Pataxó. Eles também resistiram à ocupação estrangeira, mas acabaram se refugiando para o sul da Bahia, onde, em número reduzido, permanecem até hoje, lutando para preservar sua identidade e seus costumes, com o apoio da FUNAI.
Os Kamakan-Mongoyó conseguiram estabelecer relações mais estreitas com os colonizadores a fim de garantir sua manutenção como povo. Ajudaram os portugueses na luta contra os Ymboré.
Em 1782, ocorreu a batalha que entrou para a história de Vitória da Conquista como uma das mais importantes. Sabe-se que naquele ano, aconteceu uma fatídica luta entre os soldados de João Gonçalves da Costa e os índios. Os soldados, já fatigados, buscavam forças para continuar o confronto. Na madrugada posterior a uma dia intenso de luta, diante da fraqueza de seus homens, João Gonçalves da Costa teria prometido à Nossa Senhora das Vitórias construir uma igreja naquele local, caso saíssem dali vencedores.
Essa promessa foi um estimulante aos soldados que, revigorados, conseguiram cercar e aniquilar o grupo indígena que caiu, no alto da colina, onde foi erguida a antiga igreja, demolida em 1932. Não se sabe ao certo se essa promessa foi realmente feita, mas essa história tem passado de geração em geração.
A História nos relata que no período de 1803 e 1806, os colonizadores e os índios nativos viviam momentos de paz e animosidade.
Os Mongoyó, sempre valentes guerreiros, continuavam a sofrer e não esqueciam as derrotas passadas perante os colonizadores e preparavam vinganças, mesmo depois de firmar acordo de paz. Passaram então a usar de um artifício para emboscar e matar os colonizadores estabelecidos no povoado. A estratégia consistia em convidar os colonizadores a conhecerem pássaros e animais selvagens nas matas próximas à atual Igreja Matriz, provavelmente as matas do Poço Escuro, atualmente uma reserva florestal. Ao embrenhar na mata o índio então com ajuda de outros, já dentro da mata emboscava e matava o homen branco, desaparecendo com o corpo. Isto de modo sucessivo, até que um colono, após luta corporal, conseguiu fugir e avisar às autoridades estabelecidas e demais colonos qual foi o destino de tantos homens desaparecidos. Do mesmo modo se estabeleceu uma vingança por parte dos colonos contra tamanha ousadia. Foram então os índios chamados a participar de uma festa e quando se entregavam à alegria foram cercados de todos os lados e quase todos mortos. Depois disto os índios embrenharam-se nas matas e o arraial conseguiu repouso e segurança. Este episódio passou a se chamar de o "banquete da morte".
Os relatos mais precisos sobre os índios, os colonizadores, a botânica e os animais que aqui viviam no período da colonização, foram feitos pelo Princípe Maximiliano de Wied Neuwied ou Prinz Maximilian Alexander Philipp von Wied-Neuwied, (ver também Maximilian zu Wied-?Neuwied, naturalista e botânico alemão, no livro "Viagem ao Brasil", no trecho "Viagem das Fronteiras de Minas Gerais ao Arraial de Conquista", quando aqui passou em março de 1817.
Estudos da UESB, afirmam que os índios de Vitória da Conquista se estabeleceram em comunidades próximas à atual cidade, como a do Boqueirão, próxima ao distrito de José Gonçalves e Ribeirão do Paneleiro, perto do bairro Bruno Bacelar. A forma de construir as casas destas comunidades, a plantação de milho e mandioca, a produção de artesanato nos dias atuais são indícios dessa ancestralidade indígena. Identificadas hoje como comunidades negras, na realidade têm origem na miscigenação de índios e negros.
Desenvolvimento
A região de Vitória da Conquista, compreendendo os municípios de Barra do Choça, Planalto e Poções, devido à localização em uma altitude próxima de 1.000m acima do nível do mar e por não ter geadas, sempre foi um produtor de café.
Entretanto a partir do ano de 1975 esta cultura agrícola foi incrementada com financiamentos subsidiados pelos bancos oficiais, passando a região a ser a maior produtora do norte e nordeste do Brasil.
A partir do final dos anos 1980, o município realça sua característica de pólo de serviços. A educação, a rede de saúde e o comércio se expandem, tornando a cidade a terceira economia do interior baiano. Esse pólo variado de serviços atrai a população dos municípios vizinhos.
Paralelamente à expansão da lavoura cafeeira, um pólo industrial passou a se formar em Vitória da Conquista, com a criação do Centro Industrial dos Ymborés. Nos anos 1990, os setores de cerâmica, mármore, óleo vegetal, produtos de limpeza, calçados e estofados entram em plena expansão.
O ano de 2007 foi considerado o marco inicial de um novo ciclo na agricultura regional, ciclo este fundamentado no plantio de ara produção, sobretudo de etanol e no plantio de eucalipto destinado a produção de carvão para a indústria siderúrgica do norte de Minas Gerais, essências e madeira serrada que substituíra a madeira de lei nativa cada vez mais escassa. Já estão plantados neste ano, mais de vinte milhões de pés de eucalipto.
As micro-indústrias, instaladas por todo o Município, geram trabalho e renda. Estas indústrias produzem de alimentos a cofres de segurança, passando por velas, embalagens e movelaria, além de um pequeno setor de confecções.
A educação é um dos principais eixos de desenvolvimento deste setor. A abertura do Ginásio do Padre Palmeira formou os professores que consolidaram a Escola Normal, o Centro Integrado Navarro de Brito, além das primeiras escolas privadas criadas no Município.
A abertura da Faculdade de Formação de Professores, em 1969, respondeu à demanda regional por profissionais melhor formados para o exercício do magistério. A partir da década de 1990, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia multiplicou o número de cursos oferecidos. Também nessa década, surgiram três instituições privadas de ensino superior.
O setor de saúde ganhou novas dimensões. Antigos hospitais foram aperfeiçoados, clínicas especializadas foram abertas e a Rede Municipal de Saúde se tornou, a partir de 1997, referência para todo o País. Esse fato criou condições para que toda a região pudesse se servir de atendimento médico-hospitalar compatível com o oferecido em grandes cidades.
Hoteleiros, empresários, comerciantes atacadistas e profissionais liberais formam os segmentos que, junto com a Educação e a Saúde, fizeram a infra-estrutura da cidade abarcar, além de migrantes, a população flutuante que circula na cidade diariamente.
O desenvolvimento da cidade também é atestado pelos índices econômicos e sociais. O Índice de Desenvolvimento Econômico subiu do 11º lugar no ranking baiano, em 1996, para 9º, em 2000. O Índice de Desenvolvimento Social deu um salto: subiu do 24º para o 6º lugar. O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano também saltou do 30º lugar em 1991 para 18º em 2000. Dos 20 melhores IDHs baianos, Vitória da Conquista foi o que mais melhorou.
Infra-estrutura
Vitória da Conquista possui uma estrutura compatível com sua população, a terceira maior da Bahia. Um comércio forte e muito dinâmico contando com grande número de empresas além de um grande shopping center, o Conquista Sul, além de vários conjuntos comerciais, com lojas e salas de escritórios. O pujante comércio abrange todo o centro-sul da Bahia além do norte de Minas Gerais, influenciando uma população aproximada de pouco mais de 2 milhões de pessoas, o que coloca a cidade entre os cem maiores centros urbanos do país.
A cidade também conta com um setor de saúde público e privado muito bem estruturado, que renderam a ela, prêmios a nível nacional e internacional, frequentemente seu modelo de saúde pública tem servido de exemplo até mesmo para outros países.
Conquista também se destaca por possuir um setor educacional privilegiado, formado por excelentes escolas conveniadas com as melhores redes de ensino do país, além de contar com várias faculdades, tais como: FAINOR, FTC, JTS (particulares), UFBA, IFBA, UESB (públicas), o que a consagra como um importante pólo de educação superior com cerca de 12 mil universitários, não só para o estado da Bahia, como para todo o Brasil.
Destacam-se setores da economia como o moveleiro considerado o maior polo desta natureza no estado; a cidade é grande produtora e exportadora de café e, atualmente, a construção civil tem sido o grande destaque na economia da cidade, na indústria destacam-se o Grupo Marinho de Andrade (Teiú e Revani), Coca-Cola, Dilly Calçados, Umbro, Kappa, Bahia Farma, Café Maratá, dentre outras.
Possui estação rodoviária, com linhas diárias para todas as cidades da região e principais cidades do país, além do Aeroporto Pedro Otacílio Figueiredo para aeronaves de médio porte com vôos diários das empresas Passaredo e Trip Linhas Aéreas, para diversas cidades brasileiras.
FONTE: WIKIPÉDIA